sexta-feira, maio 19, 2006

A song


Quando quero gravar uma música, o nome que o sintetizador sugere por defeito é "SONG_000". Como o teclado não tem letras, para escrever um novo nome tenho de rodar um botão para escolher uma letra, o que significa que não é prático escrever um novo nome inteiro de cada vez que quero gravar uma nova música. Assim, as músicas têm nomes como "SONG_001", "SONG_002", etc.

Se, numa dada música, vou por um caminho diferente que pode não resultar, gravo com um novo nome, para manter a versão anterior. Fico assim com a "SONG_01A", uma derivação da "SONG_001". Se uma nova derivação surge a partir da 1ª versão, fica "SONG_01B", "SONG_01C", etc. Se continuo a modificar uma destas sub-versões e quero manter o que está para trás, ramifico novamente: "SONG_1AA", "SONG_1AB", etc.

Ou seja, uma árvore.

Será que a Natureza me está a dizer que se cria assim? Que se procura assim? A criação e a procura são indissociáveis? A forma mais prática de se criar algo é aproveitar o que existe e aplicar-lhe uma ligeira transformação (em vez de se começar do zero de cada vez)? Tudo o que evolui cria árvores? Que árvores cria o Homem? Se ideias a evoluir são árvores, porque não as vemos mais vezes representadas como tal?

Cada vez gosto mais de árvores.

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