quarta-feira, agosto 27, 2003

The Great Giveaway

Este símbolo e este artigo explicam a filosofia do copyleft (que será familiar de muitos utilizadores de linux). Considero que o mesmo se pode aplicar à música, do relativamente pouco que li.

O que pretendo fazer com as músicas que faço ajusta-se aos termos da Open Audio License, da qual saliento esta parte:

EFF's Open Audio License provides a legal tool that borrows from both movements providing freedom and openness to use music and other expressive works in new ways. It allows artists to grant the public permission to copy, distribute, adapt, and publicly perform their works royalty-free as long as credit is given to the creator as the Original Author.

As in the software communities, this license is intended to help foster a community of creators and performers who are free to share and build on each others' work. This also frees their audience to share works that they enjoy with others, all for the purpose of creating a rich and vibrant public commons.


Portanto... usem e criem, se quiserem! De resto, tudo o que fiz está incompleto, em estado bruto. Quantos mais "macacos" houver a experimentar, melhor (não que eu tenha espectativas de serem muitos). Posso fornecer outros ficheiros a quem quiser, mas não garanto disponibilidade de tempo para "support"...

Pouco tempo

Tenho pouco tempo para experimentar combinações. Há o trabalho (que recomeçou e não tem nada a ver com a música), a família, por isso este hobbie que mantive em tempo de férias vai abrandar muito o seu ritmo. O estaminé para distribuir música está montado, era um objectivo para estas férias. Também era preciso explicar umas coisas (ainda faltam algumas) para que as pessoas percebessem que esta banda inventada é uma simples experiência, totalmente amadora e ignorante das lides musicais (irá continuar assim) e sem pretensões de fazer da música um modo de vida ou de subsistência. Vou continuar a deixar músicas no(s) sites, se as achar minimamente interessantes e/ou diferentes e continuarei a usar este blogue.

Há uma única pretensão (e não é pequena): a de eventualmente ajudar alguém a criar novas músicas. Por isso, o que faço está disponível para quem quiser aproveitar e fazer algo de novo.

Criar

Criar não é simplesmente experimentar combinações (de sons, imagens, palavras, ideias, actos, objectos...) e escolher uma que nos agrade?

terça-feira, agosto 26, 2003

Links

Acrescentei links directos para as músicas que estão no Besonic (ver posts mais abaixo). Se se clicar nos nomes das músicas, faz-se directamente o download do mp3. Caso se queira apenas ouvir excertos, é melhor usar o site do Besonic ou do Soundclick.

O Soundclick funciona de modo diferente do Besonic e não sei fazer o link directo para as músicas sem que seja necessário cada pessoa registar-se. Por isso, nas músicas do Soundclick o link aponta apenas para a página onde todas elas se encontram.

Chuto

Algum dia tinha de acontecer. O Besonic achou que já tinha muitas músicas de graça e apenas aceitou temporariamente (14 dias...) a última que lá deixei, que até é bastante easy listening. Chama-se "Poulain libéré".

Já contava com isto e entendo-os até certo ponto. Eles também precisam de fazer negócio para sobreviver e com as minhas músicas todas à borla nada feito. OK, no problem, criei uma conta noutro site semelhante, o Soundclick e a partir de agora vou deixar lá as músicas. Além de "Poulain libéré" deixei uma outra, "Times of Apprehension (ethereal version)".

"Times of Apprehension (ethereal version)" é uma versão lenta de uma combinação de sons que apareceu pela primeira vez pouco antes do início da guerra do Iraque. O título dá conta do facto. Parece-me que algures por estas bandas há outras combinações igualmente interessantes, lentas ou rápidas, que vale a pena explorar. Soa tudo um pouco a certas bandas sonoras de filmes que sempre achei estimulantes, mas tudo aconteceu por acaso, como sempre. Gostaria de ouvir o que alguém com conhecimentos e jeito para a música seria capaz de fazer com estes sons...

sexta-feira, agosto 15, 2003

Update

Já me esquecia... no site estão mais 2 testes: "New Age Romantism" e "Vienna Chorus Skyjumping". O som está bastante pior do que o que sai do sintetizador, não sei porquê. Em parte é porque o Besonic só deixa ter MP3 com 128 kbps, mas isso não explica tudo.

Férias

Este site vai dormir uma semana. Acordará com os olhos bem abertos.

Por acaso, uma baguette...

...dedicou-me este post, onde diz que tenho um projecto de fazer música ao calhas.

Not really... Uso o acaso para criar esqueletos de músicas, sobretudo para me colocar rapidamente num ponto de partida difí­cil de alcançar com a razão. O enchimento do esqueleto até a música ganhar corpo é comigo e reflecte os meus erros e ignorância.

A baguette fala também dos macacos que não conseguem escrever Hamlet nem que tenham todo o tempo do mundo. Mas o meu objectivo não é escrever Hamlet ou a 5a sinfonia, é precisamente não escrever nada que já tenha sido escrito antes. Para reinventar a roda já temos os grupos criados em série e por casting pela indústria discográfica.

Mas esta questão dos macacos é interessante, pois remete para a eterna questão: o Homem é fruto do acaso? Se é, então os macacos devem conseguir escrever o Hamlet, pois criar o Homem a partir de simples moléculas é muito mais complicado. Se não é, então é fruto de quê? De uma inteligência extraterrestre, como alguns pensam? E quem a criou? Deus ou o acaso? Deus joga aos dados?

Infelizmente não tenho todo o tempo do mundo, por isso fiz pouco mais do que escrever a letra S, como os macacos. Mas tenho umas ideias que talvez ajudem a acelerar o processo de busca e espero apresentá-las aqui assim que puder.

segunda-feira, agosto 11, 2003

Talvez um dia...

...eu saiba direccionar a música para onde quero. Tenho objectivos de muito longo prazo, de chegar "where no man has gone before". Há sons que tenho na cabeça e que procuro. Mas há tempo.

E há aquela ideia de tentar exprimir uma ideia, um sentimento, na forma de música. Talvez, um dia. Para já ainda não. A máquina, o erro, a ignorância e o puro acaso comandam-me, e estou a divertir-me com isso.

Se a composição musical é a procura e escolha de uma combinação de notas + parâmetros de instrumentos, porque não fazer essa procura ao acaso? E se aparecerem erros e eles gerarem surpresa, "desconcerto", porque não aceitá-los? Eles não deveriam ser tabu, mas até parece, com a música "perfeita" que se ouve todos os dias...

quinta-feira, agosto 07, 2003

Experimentações

O Anarca Constipado pergunta onde está o produto das minhas experimentações. Ele está aqui, pá. E também no link ao lado do mote deste blog. Clicando na figura preta do lado direito também vai lá dar...

quarta-feira, agosto 06, 2003

Mp3 e Besonic

Quando me resolvi a comprar os cabos que ligam o sintetizador ao computador (Edirol UM-1), vi que fazer mp3 não tem nada que saber: na net há montes de programas que permitem gravar som e exportar para vários formatos. Escolhi o programa Audacity, que faz tudo o que preciso, de uma forma simples e intuitiva. É gratuito (bendita "open-source"...).

Depois, vi que se podia criar grupos no mp3.com e decidi, por piada, inventar um (este). Fiz o upload de 3 ficheiros mp3 mas a coisa ficou por aí­: de graça, não se consegue por lá mais. Pagando, pode-se deixar até 100 mp3, havendo 2 serviços: o platinum ($14.99/mês) e o gold ($4.99/mês). Ou seja, tudo muito comercial, limita-se o acesso a quem não quer ganhar dinheiro (e, sobretudo, dar dinheiro a ganhar). Note-se que esta limitação não é tecnológica, existe simplesmente por razões de mercado e de negócio. Depois, há toda uma panóplia de produtos de promoção, à  base de leilões, onde a lógica é sempre a mesma: paga-se para aparecer nas rádios digitais, no topo das páginas, etc. Não serve para mim, é demasiado business.

Felizmente uma outra banda, os metricks, deram com a minha página do mp3.com e enviaram-me um simpático mail, informando-me de um outro serviço, o Besonic. Como é menos conhecido do que o Mp3.com, preferem facilitar o acesso de modo a ganhar conteúdos. Até agora, consegui lá deixar tudo o que queria, a ver vamos durante quanto tempo. Mas gosto da filosofia: é um sistema criado para cada banda interagir com o resto da comunidade (bandas, fãs, produtores, crí­ticos, etc) de forma a promover-se, usando esquemas gratuitos.

Por exemplo, posso dar uma nota a uma música de outro grupo. Através das estatí­sticas de acesso, esse grupo sabe quem o fez e provavelmente terá curiosidade de ir conhecer o meu grupo. O mesmo acontece com crí­ticas, mailing lists, etc, tudo gratuito. Naturalmente, há também serviços pagos, uma vez que eles têm de sobreviver, mas nada que limite quem apenas deseje partilhar a música que faz, como é o meu caso.

segunda-feira, agosto 04, 2003

Os blogues

Os blogues são cacofonias “serendipitéticas”: uma multidão de vozes dissonantes onde se encontram, por vezes e por acaso, grandes tesouros.

sábado, agosto 02, 2003

Os downloads são de graça?

Sim, e vão continuar a ser. Actualmente estão 18 músicas no site: Bicycle Ride, Lothlorien, Drowsy Bird, Path of giants, Tear in the river, Slowest lane, Lyr, The Serendipitous Cacophony, Pianeggio, Feast, Stepping close, Sad Day, Inside the wishing well, Looking Back, Splendor in Procyon, Life in Procyon, Remembering Procyon e Far from Procyon. Eu aviso aqui quando colocar lá mais.

Porque é que as músicas são todas instrumentais?

Para não acordar a família, que dorme ao lado...

"Gear"

Até agora, tudo foi feito 100% no meu sintetizador, um Roland Fantom Fa-77. Não tenho mais nada, a não ser a ligação ao computador, as colunas e os auscultadores. Os mp3 são criados da forma mais elementar possível, uma vez que sou um perfeito newbie nestas andanças.

Porquê “The Serendipitous Cacophonies”?

Um artista não tem de explicar a sua arte. Mas como eu não sou artista e não chamo ao que faço “arte” (demasiado pomposo – são simples experiências, escolhas de combinações de sons), não tenho problemas em descodificar o nome.

[Clicar aqui para saber o que significa “serendipity” e cacofonia.]

Há uma música que explica a razão de ser o nome. Chamei-lhe “the serendipitous cacophony”. Ela foi “composta” em 3 minutos, sem olhar para o teclado, sem saber o que ia tocar, enquanto eu lia qualquer coisa no computador que tenho ao lado do sintetizador. O resultado ficou gravado e achei uma certa piada. Noutros 3 minutos, juntei uns pózinhos, o mínimo possível, e pronto. O resultado é um pouco cacofónico e foi obtido praticamente por acaso. Não quero mexer mais na música, tenho uma certa admiração pelo acaso com que as coisas nascem.

Tenho feito algo de semelhante com muitas outras músicas: escolho aleatoriamente os sons e os seus parâmetros (o sintetizador permite-me tocar vários sons simultaneamente em diferentes partes do teclado e eu quero que a surpresa para mim seja máxima). Sem saber que sons vão surgir se tocar no teclado, preparo-o para gravar e começo a tocar. Por vezes, não quero saber onde vou começar a tocar e fecho os olhos, para que o resultado seja inesperado para mim. Faço isto para aumentar a diversidade do resultado final, mas vou ter de também diversificar estas técnicas...